O QUE SÃO ALIMENTOS ORGÂNICOS?
Promover qualidade de vida com proteção ao meio ambiente. Este é o objetivo da produção orgânica vegetal e animal. A principal característica deste sistema de proteção é a não utilização de agrotóxicos, adubos químicos e ou substâncias sintéticas que agridam o meio ambiente. Para ser considerado orgânico, o processo produtivo deve completar o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando relações sociais e culturais.
O produtor orgânico se dedica muito para poder entregar produtos com grande valor nutricional e livres de contaminação por agrotóxicos, medicamentos veterinários, transgênicos e tudo mais que possa por em risco a saúde das pessoas, dos animais e do meio ambiente.
Ao adquirir produtos orgânicos, o consumidor leva para casa alimentos saudáveis, cultivados em sistemas produtivos livres de agrotóxicos e materiais sintéticos e contribui para o fortalecimento de um novo modelo de produção agropecuária e agroindustrial, em que se leva em conta diversas questões fundamentais à sobrevivência do planeta, como, por exemplo, a manutenção da quantidade e qualidade da água e a manutenção da biodiversidade. A sobrevivência e a qualidade de vida das gerações futuras dependem fundamentalmente de nossas práticas produtivas e de nossos hábitos de consumo.
O poder do selo verde
O selo verde que identifica alguns produtos orgânicos tem muito valor. Significa não só que aquele alimento foi cultivado com fertilizantes naturais, sem agrotóxicos nocivos, mas também que a produção respeitou os direitos dos trabalhadores, não empregou menores e não agrediu o planeta. E, igualmente importante, considera seriamente a saúde do consumidor.
Para se ter uma ideia de quanto o tema é recente, o cultivo e a comercialização dos produtos orgânicos no Brasil só foram regulamentados em 2003, pela Lei 10.831 , que demorou mais quatro anos para ser regulamentada pelo Decreto 6.323 . O artigo 1º da Lei 10.831 dá uma boa ideia do alcance da agricultura orgânica, ao definir seus objetivos: oferta de produtos saudáveis isentos de contaminantes intencionais, preservação da diversidade biológica dos ecossistemas naturais, incremento da atividade biológica do solo, manutenção da fertilidade da terra no longo prazo, promoção do uso saudável do solo, da água e do ar e redução ao mínimo de todas as formas de contaminação desses elementos – entre várias outras metas. FONTE: Ministério da Saúde
Existe um sistema de produção orgânica?
Sim! Não há nada de “solto”, “descomplicado” ou “despreocupado” quando o assunto é produto orgânico. Ele é produzido a partir de técnicas e práticas comprovadas. Não existe uma técnica isolada. São várias técnicas orgânicas de produção que trabalham juntas, em harmonia, formando um organismo. Aliás, o termo orgânico vem justamente daí: de organismo!
Existe uma preocupação com o meio ambiente
Sustentabilidade é a palavra-chave! Para obter a certificação de orgânico, o produtor deve fazer uso racional dos recursos naturais e empregar, de preferência, energias renováveis. Também deve preservar a fauna e a flora locais, promover o uso saudável do solo, reciclar resíduos e manter uma série de outras práticas ecológicas, do começo ao fim da produção. Do preparo do solo até o momento da comercialização, passando pelo armazenamento e pelo transporte, tudo precisa ser feito de um jeito ambientalmente correto.
Existe uma preocupação socioeconômica
Assim como os vinicultores se orgulham do seu “terroir” – palavra francesa que expressa as características únicas do solo onde cultivam suas uvas, considerando topografia, clima, aspectos históricos e culturais – os produtores orgânicos também encontram no “chão” o mais importante dos seus ativos. Preservar os valores históricos e culturais da sua região é dever do produtor orgânico. Garantir bem-estar e condições justas e saudáveis para os trabalhadores é uma obrigação. Cuidar para que as comunidades também colham os benefícios sociais gerados com sua atividade econômica é o objetivo maior de quem acredita nas práticas orgânicas.
Existe um interesse comercial
Quem produz tem um objetivo claro: vender o excedente para pagar os custos com a produção e obter lucro. Com o produtor orgânico não é diferente. Ele também está sujeito às leis de mercado. Seu produto deve ser confiável, oferecer benefícios e valer um preço justo. Deve ter a qualidade e os atributos que o consumidor espera. O fato de ser orgânico é uma vantagem extra, que atrai os consumidores mais conscientes. Mas não é, por si só, uma garantia de qualidade. O produtor orgânico tem que caprichar.
Há um esforço global
Em termos mundiais, o faturamento do setor de orgânicos já ultrapassou a barreira dos 100 bilhões de dólares. Os Estados Unidos representam quase a metade do mercado mundial, seguidos por Alemanha, França, China e Canadá. No Brasil, há mais de 21 mil produtores orgânicos certificados e o faturamento do setor ficou, em 2019, na faixa dos R$ 4,5 bilhões. Nossas exportações de orgânicos chegaram a cerca de 190 milhões de dólares. O setor poderá crescer entre 10 e 15% em 2020 e continuar crescendo nessa faixa de dois dígitos ao longo dos próximos anos. Orgânico não é uma questão de moda. É um conceito que veio para ficar!
Faz tempo que o Brasil vem se esforçando para consolidar seu mercado de orgânicos. A lei dos orgânicos – que é de 2003, mas só foi regulamentada em 2011 – foi uma conquista alcançada graças ao engajamento de produtores e técnicos conscientes, comprometidos com as causas ambientais e com adoção de práticas sustentáveis.
Se os orgânicos estão agora sob os holofotes é porque há um número cada vez maior de consumidores conscientes, preocupados com a saúde e com a preservação do meio ambiente. Além disso, as empresas estão acordando para o fato de que, ao ingressar no mercado de orgânicos, podem agregar muito mais valor às suas marcas e conquistar novos clientes.
Orgânico não é coisa para amadores!
É necessário conhecimento, experiência e profissionalismo para cumprir todos os requisitos e receber a certificação orgânica. Ah! E ainda é preciso bancar os custos com a certificação - com isso os produtores convencionais não precisam se preocupar!
Também há exigências legais para que os produtos de origem animal – carnes, leite, ovos, mel – sejam orgânicos. Não podem ser tratados com antibióticos e outros remédios alopáticos. Só com homeopatia, fitoterapia, produtos naturais, manejo correto, práticas de bem-estar animal. Só recebem pasto e rações produzidos de acordo com a lei brasileira de orgânicos!
Lembramos tudo isso só para mostrar que, por definição, produzir orgânicos é mais caro que produzir convencionais. É lógico, portanto, que o preço de um produto orgânico acabe sendo mais alto do que o seu similar convencional. Mas com o desenvolvimento do mercado de orgânicos, muitos produtos já são competitivos em relação ao preço.
No entanto, o consumidor só vai dar preferência ao orgânico se perceber algum valor agregado nos benefícios que ele oferece, sejam individuais ou coletivos. O selo de certificação é o que traz a garantia desses benefícios e o diferencia de todos os concorrentes convencionais que disputam as mesmas fatias de mercado.
Os orgânicos defendem uma causa
O produtor orgânico é, acima de tudo, alguém engajado em uma causa universal. Acredita que o uso de boas práticas ajuda a construir um mundo melhor.
Valoriza a saúde dos seres humanos, dos animais, das plantas, do solo e do meio ambiente. Faz uso eficiente dos recursos naturais e conduz processos biológicos alinhados com a biodiversidade e com o desenvolvimento socioeconômico. Aposta na diversidade de culturas e procura sempre adotar técnicas integradoras. Assume sua responsabilidade social e busca mais qualidade de vida para todos.
Claro que os interesses comerciais também estão presentes, afinal, os empreendimentos só se viabilizam se forem economicamente sustentáveis. Além disso, o fato de que o consumidor brasileiro já está disposto a pagar mais pelo valor adicional agregado aos produtos orgânicos, tem atraído a atenção de muitos produtores em busca de melhores margens de lucro.
Resumindo: tanto do ponto de vista filosófico como do comercial, há muitos e bons motivos para que os produtores orgânicos continuem apostando na sua causa.
Crescimento ano a ano
Entre 2016 e 2019, ouve um aumento de mais de 50% no número de unidades produtivas de orgânicos no Brasil. Segundo o "MAPA", já está na casa das 22 mil unidades cadastradas. Vejam como elas estão estão distribuídas pelas regiões do Brasil.
Essa consciência já está bastante madura no Brasil, e ganha importância crescente, não só entre os pequenos agricultores familiares, ligados a associações e cooperativas, como também entre os médios e grandes produtores, além das empresas do agronegócio.
FONTE: ORGANIS - Associação dos Produtores Orgânicos