Translate to English Translate to Spanish Translate to French Translate to German Translate to Italian Translate to Russian Translate to Chinese Translate to Japanese
ONLINE
3

Partilhe esta Página

TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO - TEA
TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO - TEA

 DIA MUNDIAL DA CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO 

02 DE ABRIL


O QUE É AUTISMO - SAIBA A DEFINIÇÃO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO TEA

O autismo — nome técnico oficial: transtorno do espectro do autismo (TEA) — é uma condição de saúde caracterizada por déficit na comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito ou hiperfoco e movimentos repetitivos). Não há só um, mas muitos subtipos do transtorno. Tão abrangente que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de suporte que necessitam — há desde pessoas com outros transtornos, doenças e condições associadas (coocorrências), como deficiência intelectual e epilepsia, até pessoas independentes, com vida comum, algumas nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico.

Causas do autismo

As causas do autismo são majoritariamente genéticas. Confirmando estudos recentes anteriores, um trabalho científico de 2019 demonstrou que fatores genéticos são os mais importantes na determinação das causas (estimados entre 97% e 99%, sendo 81% hereditário), além de fatores ambientais (de 1% a 3%), que também podem estar associados como, por exemplo, a idade paterna avançada, infecções intrauterinas ou o uso de ácido valpróico na gravidez. Existem atualmente 1.152 genes (atualizado em 29.nov.2023) já mapeados e sendo estudados como possíveis fatores de risco para o transtorno — sendo 134 os genes mais relevantes, os quais quando há alterações específicas (“mutações”), estão fortemente associadas ao risco de TEA com evidências científicas mais robustas

PREVALÊNCIA DE AUTISMO NOS ESTADOS UNIDOS ATÉ 2023 (via CDC)     (quantidade de diagnósticos em crianças de 8 anos nos Estados Unidos) 

Tratamento e sinais

Alguns sinais de autismo já podem aparecer a partir de um ano e meio de idade, até mesmo antes em casos mais graves. Há uma grande importância de se iniciar o tratamento o quanto antes — mesmo que ainda seja apenas uma suspeita clínica, ainda sem diagnóstico fechado —, pois quanto antes comecem as intervenções, maiores são as possibilidade de melhorar a qualidade de vida da pessoa. O tratamento psicológico com mais evidência de eficácia, segundo a Associação Americana de Psiquiatria, é a terapia de intervenção comportamental — aplicada por psicólogos. A mais usada delas é ABA (sigla em inglês para Applied Behavior Analysis — em português, análise aplicada do comportamento). O tratamento para autismo é personalizado e interdisciplinar, ou seja, além da psicologia, pacientes podem se beneficiar com intervenções de fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outros profissionais, conforme a necessidade de cada autista. Na escola, um mediador pode trazer grandes benefícios, no aprendizado e na interação social.

Até agora, não há exames de imagem ou laboratoriais que sejam definitivos para diagnosticar o TEA. O diagnóstico é clínico, feito por um médico.

Alguns sintomas como irritabilidade, agitação, autoagressividade, hiperatividade, impulsividade, desatenção, insônia e outros podem ser tratados com medicamentos, que devem ser prescritos por um médico. Dentre os medicamentos indicados a risperidona, que é da classe dos antipsicóticos atípicos, é o mais comum deles.

Dia Mundial de Conscientização do Autismo: 2 de abril

Em 2007, a ONU declarou todo 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, quando cartões-postais do mundo todo se iluminam de azul (cor escolhida por haver, em média, 4 homens para cada mulher com TEA).

A partir de 2020, a Revista Autismo passou a lançar uma campanha nacional com um tema único para todo o Brasil para celebrar o 2 de abril. O primeiro tema, para 2020/2021, foi “Respeito para todo o espectro — #RESPECTRO”. O tema de 2022 é “Lugar de autista é em todo lugar!“, com a hashtag #AutismoEmTodoLugar. Em 2023 o tema foi “Mais informação, menos preconceito“, hashtag #AutismoMaisInformacao.

O símbolo do autismo é o quebra-cabeça, que denota sua diversidade e complexidade — criado em 1963 pela National Autistic Society, no Reino Unido.

Dia do Orgulho Autista: 18 de junho

O dia 18 de junho é o Dia do Orgulho Autista (representado pelo símbolo da neurodiversidade, o infinito com o espectro de cores do arco-íris), considerando o autismo como identidade, uma característica da pessoa — data celebrada originalmente em 2004, pela organização britânica Aspies for Freedom (AFF).

Consulta médica

A seguir, relacionamos alguns sinais de autismo. Apenas três deles presentes numa criança de um ano e meio já justificam uma suspeita para se consultar um médico neuropediatra ou um psiquiatra da infância e da juventude. Testes como o M-CHAT (inclusive a versão em português) estão disponíveis na internet para serem aplicados por profissionais. Aliás, essa avaliação é obrigatória para crianças com 18 messes de vida em consultas pediátricas de acompanhamento realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo a lei 13.438/17.

Quais são os sinais de autismo?

(veja alguns dos principais)

Não manter contato visual por mais de 2 segundos;

  • Não atender quando chamado pelo nome;
  • Isolar-se ou não se interessar por outras crianças;
  • Alinhar objetos;
  • Ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise;
  • Não brincar com brinquedos de forma convencional;
  • Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;
  • Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;
  • Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função (ecolalia);
  • Não compartilhar seus interesses e atenção, apontando para algo ou não olhar quando apontamos algo; 
  • Girar objetos sem uma função aparente;
  • Interesse restrito por um único assunto (hiperfoco);
  • Não imitar;
  • Não brincar de faz-de-conta;
  • Hipersensibilidade ou hiper-reatividade sensorial.

Números e informações sobre autismo no Brasil e no mundo

 

• O termo “transtorno do espectro do autismo” passou a ser usado a partir de 2013, na nova versão do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, publicação oficial da Associação Americana de Psiquiatria, o DSM-5, quando foram fundidos quatro diagnósticos sob o código 299.00 para TEA: Autismo, transtorno desintegrativo da infância, transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação e síndrome de asperger. Na atual Classificação Internacional de Doenças, a CID-11, o autismo recebe o código a 6A02 (antigo F84, na CID-10), atualizada em junho de 2018, também sob o nome de TEA.

• Aproximadamente um terço das pessoas com autismo permanecem não-verbais (não desenvolvem a fala) — conforme estudos de 2005 e 2012.

• Estima-se que um terço das pessoas com autismo tem algum nível de deficiência intelectual.

• Há algumas condições clínicas associadas ao autismo com mais frequência, como: distúrbios gastrointestinais, convulsões, distúrbios do sono, transtorno de déficit da atenção com hiperatividade (TDAH), ansiedade e fobias — segundo estudos de 2012, 2017 e 2018.

• Em 2007, a ONU decretou todo 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo ( em inglês, World Autism Awareness Day), quando vários cartões-postais do mundo iluminam-se de azul em prol da causa para chamar a atenção da sociedade ao tema, como o Cristo Redentor, no Brasil, o Empire State, nos EUA, a CN Tower, no Canadá, a Torre Eiffel, na França, as pirâmides do Egito, entre outros.

• No Brasil, a “Lei Berenice Piana” — Lei 12.764, de 2012, que criou a política nacional de proteção dos direitos da pessoa com transtorno do espectro do autismo, regulamentada pelo Decreto 8.368, de 2014 — garante os direitos dos autistas e os equipara às pessoas com deficiência.

• Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças do governo (CDC, na sigla em inglês: Centers for Disease Control and Prevention) estima a prevalência de autismo em 1 a cada 36 crianças naquele país — números divulgados em 23.mar.2023, referentes a dados de 2020. O número de meninos é 3,8 vezes maior que o de meninas.

• Estudos na Ásia, Europa e América do Norte dão conta de números entre 1% (1 para cada 100) e 2% (1 para cada 50) com autismo.

• A ONU, através da Organização Mundial da Saúde (OMS), considera a estimativa de que aproximadamente 1% da população mundial esteja dentro do espectro do autismo, a maioria sem diagnóstico ainda.

• No Brasil, temos apenas um estudo de prevalência de TEA até hoje, um estudo-piloto, de 2011, em Atibaia (SP), de 1 autista para cada 367 habitantes (ou 27,2 por 10.000) — liderado pelo médico pesquisador Marcos Mercadante, a pesquisa foi feita apenas em um bairro de 20 mil habitantes da cidade. Segundo a estimativa da OMS, o Brasil pode ter mais de 2 milhões de autistas.

• Um mapa online, do site Spectrum News, traz todos os estudos científicos de prevalência de autismo publicados em todo o planeta.

• Sobre autismo em adultos, o CDC publicou um estudo no ano passado (2022) que estima haver 2,2% da população dos Estados Unidos no espectro do autismo acima dos 18 anos, com dados referentes ao ano de 2017 (quase 5,5 milhões de autistas). Essa prevalência de adultos norte-americanos com TEA variou de 1,97% no estado de Louisiana a 2,42%, em Massachusetts. Os estados com o maior número absoluto estimado de adultos autistas são: Califórnia (701.669), Texas (449.631), Nova York (342.280) e Flórida (329.131). No Brasil não há números de autismo em adultos.

• Estima-se que, a cada ano, cerca de 50 mil jovens com TEA cruzam a maioridade dos 18 anos nos EUA. No Brasil não há números a esse respeito.

• Um estudo da Autism Speaks, em 2012, aferiu o custo anual do autismo para os EUA, de US$ 126 bilhões, e para o Reino Unido, £34 bilhões (US$ 54 bilhões).

• A idade média de diagnóstico nos EUA é de 4 anos de idade, segundo estudo de 2018 em 11 estados. No Brasil, um estudo-piloto somente na cidade de São Paulo (SP), também em 2018, chegou ao número de 4 anos e 11 meses e meio (4,97) como idade média de diagnóstico de autismo, mas com uma variação bem grande — mais estudos devem ser feitos.

• Pesquisas apontam que cerca de 16% das pessoas com síndrome de Down tenham autismo também — segundo a NDSS (National Down Syndrome Society, dos EUA).

• Há síndromes e outros transtornos neurológicos de origem genética ligados ao autismo como: Síndrome de Rett, CDKL5, Síndrome de Timothy, Síndrome do X Frágil, Síndrome de Angelman, Síndrome de Prader-Willi, Síndrome de Phelan-McDermid, entre outras.

• Segundo pesquisa global de 2019, com mais de 2 milhões de pessoas, de 5 diferentes países, de 97% a 99% dos casos de autismo podem ter causa genética, sendo 81% hereditário; e de 1% a 3% apenas podem ter causas ambientais, ainda controversas, como, a idade paterna avançada ou o uso de ácido valpróico na gravidez. Existem atualmente mais de mil genes já mapeados e implicados como fatores de risco para o transtorno, sendo 134 os principais genes.